terça-feira, 26 de agosto de 2008

A véspera

Antes do dia da entrega do "Oscar",fomos para a casa da Tia Amélia na cidade.Pra variar, as coisas não aconteceram de forma convencional.Minha mãe como sempre, deixava tudo pra última hora; tinha apenas cortado o molde da roupa nos tecidos da "beca" que constava de calça xadrez e camisa branca com o emblema da escola "EPG Coronel Almeida Pinto".Bem, pra ficar pronta, bastava costurar,provar,pregar o zíper, botões, coisa pouca.Afinal, o mais importante estava ali, eu, a grande homenageada.Enquanto mamãe cuidava da confecção da roupa de gala,eu brincava com a prima Celinha na rua.Bom,"brincava" não era bem o termo, só se fosse de bobo da corte.Ela acabara de ganhar uma uma Caloi novinha(meu sonho de consumo, depois do jogo de canetinhas coloridas)e se exibia equilibrando-se,indo e voltando até o fim do quarteirão.Meus olhos tímidos e pedintes estavam fixos na bike.Celinha, com um gesto de nobrezapediu para que eu a empurrasse.Topei.Na segunda volta, meus braços haviam fraquejado, minhas mãos não puderam com a velocidade;escaparam da garupa e me esborrachei com a cara no chão.Resultado-ralei obraço e a face direita ficou em carne viva.